terça-feira, 18 de agosto de 2009

A MÃO DO TEMPO

Olá amigos violeiros, boa noite

Como prometido, estou aqui hoje para trazer uma música do ritmo cateretê, que foi explicado no último post. A música chama-se "A Mão do Tempo", um clássico cantado nas vozes do mestre Tião Carreiro e do seu companheiro Pardinho.

Não é uma música tão fácil, a melodia dela possui uma nota nova, acho que nunca mostrada antes aqui, é a nota F#7, ela é um pouquinho chata de fazer no começo, os dedos escapam, mas com muita prática e empenho ela se torna fácil. Essa nota é muito usada no ritmo Cateretê.

No solo da introdução aparece um recurso bastante usado, que vou apresentar a vocês. O Hammer, simbolizado pela letra "h". Vamos a tablatura, depois as explicações:

A MÃO DO TEMPO
Composição: Tião Carreiro / José Fortuna

 E|--14-14-14-13-14---11-11-11-10-11---7-7-7--8--9---------------------------
 B|--16-16-16-15-16---12-12-12-11-12---9-9-9-10-11---------------------------
G#|--------------------------------------------------------------------------
 E|-------------------------------------------------9---9—--9—--9—--8---9----
 B|------------------------------------------------11—-11--11--11--10—-11----

 E|-------------------------------7---0---7------
 B|-------------------------------7---7---7------
G#|-------------------------------7---8---7------
 E|--6-6-6—-6-7--------2--2--0----7---6---7------
 B|--7-7-7--7-----0h2--4--4—-2--------0----------

     B                                    F#7
Na solidão do meu peito o meu coração reclama
                                               B
Por amar que está distante e viver com quem não ama
                       B7    E              F#7
Eu sei que você também da mesma sina se queixa
                                           B
Querendo viver comigo, mas o destino não deixa

 E—|------------6----9—7---2/6---4---------7—-0--7--
 B-|--2/7-7—--7------------3/7---5—-7--5---7--7--7--
G#-|--------------------------------7—-5---7--8--7-- (SOLO 1)
 E-|---------------------------------------7--6--7--
 B-|---------------------------------------0—-7--0—

     B                                    F#7
Que bom se a gente pudesse arrancar do pensamento
                                               B
E sepultar a saudade na noite do esquecimento
                       B7    E              F#7
Mas a sombra da lembrança é igual a sombra da gente
                                           B
Pelos caminhos da vida ela está sempre presente

SOLO 1

...

(A Música possui mais duas estrofes ... repete-se as notas nas estrofes e o "solo 1" entre elas)

Vamos as explicações dessa música:

Vocês notaram que quase no final da introdução aparece uma letra "h" entre duas notas da tablatura. Essa letra significa Hammer (Martelada) bastante usada em músicas, e que todo tocador deve conhecer.

Em uma linguagem fácil para que vocês possam entender, o hammer consiste em você "martelar" a casa indicada. Por exemplo -0h2- significa que você deve tocar a corda na posição 0, ou seja solta, e apertar a casa 2 sem palhetar a corda novamente.

Feita a introdução, a música é tocada no ritmo do Cateretê, já explicado aqui anteriormente. A base e a ligação entre as estrofes se baseiam em duas notas, B e F#7.

Aqui vai um desenho das notas:

Essa nota é um pouco complicada de se fazer, mas com bastante treino vocês conseguem

Segue as outras notas que compõem a música:


Aqui vai um vídeo da introdução feito por Cléber Vianna:




Veja a letra completa da música AQUI

Pra quem não tem a música faça o download do mp3 AQUI

Qualquer dúvida ou sugestão, mande um email para violeiro.diego@gmail.com

Obrigado e até a próxima se Deus quiser.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

CATERETÊ


Boa Noite violeiros

Vamos apresentar hoje mais um dos ritmos da viola caipira, o CATERETÊ. Esse ritmo é muito usado em músicas caipiras, principalmente aquelas músicas mais românticas e tristes.

Exemplos de Músicas que nesse ritmo:
A MÃO DO TEMPO ( Tião Carreiro e Pardinho )
DUAS CARTAS ( Zé Carreiro e Carreirinho )
GARÇA BRANCA ( Vieira e Vieirinha )
AMOR E SAUDADE ( Tião Carreiro e Pardinho )
OI PAIXÃO! ( Tião Carreiro e Pardinho )

Só modão apaixonado...

A base desse ritmo é bem simples, quando você adquirir uma certa experiência você poderá "florear" as batidas, ou seja, enfeitar, dar a sua cara a batida do cateretê.

O Cateretê é um ritmo ternário, ou seja, três tempos (conta-se 1...2...3 ...1...2...3...)

Veja o Desenho da base do ritmo:


Só para lembrar:
P significa polegar, e a seta indica descer o polegar.
I significa indicador, e a seta indica subir com o indicador.
R significa rasqueado, e a seta indica descer com rasqueado.

Neste ritmo, o polegar desce uma vez, o indicador sobe duas vezes e desce uma vez rasqueando. Ou seja, desce com a ponta das unhas sobre as cordas.

Essa é a base do Cateretê, mostrada no 1º Vídeo do Daniel Viola, prestem atenção e tentem repetir. Quando você já dominar o cateretê, você pode "incrementar" a batida. Um modo de fazer isso é descer 2 vezes o polegar no inicio da batida, ilustrado nos 2 outros vídeos que seguem:



Nesse Vídeo ele faz apenas a base do Cateretê, sem firulas. A Sequencia de Notas que ele usou foi: E, B7, A, E - F# F#m B A E B7 E

Nesses próximos vídeos prestem atenção na maneira de como o polegar desce nas cordas, 2 vezes ao invés de apenas uma, tente fazer ao pegar prática:





Se ficou alguma dúvida, ouçam as músicas que foram dadas como exemplo e tentem executar esse ritmo, no próximo post colocarei a música "A Mão do Tempo", um dos Cateretês mais conhecidos.

Qualquer coisa, mande um E-mail: violeiro.diego@gmail.com

Abraços companheiros e até apróxima se Deus quiser.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CURURU

O Ritmo que vou apresentar hoje é o CURURU.

O cururu é um ritmo bastante usado na música caipira. Nasceu quando o jesuíta para ensinar catequese aos índios faziam uma festa chamada de "festa da santa cruz". O índio, por não conseguir falar a palavra cruz, dizia "curuz" e com o tempo o ritmo ganhou o nome de cururu.

Há vários tipos de cururu, como o Piracicabano, por exemplo que é um desafio feito entre os violeiros assim como as emboladas. Dai surgiu o ritmo cururu que é um ritmo básico da viola .

Aqui no nosso caso, cururu é um ritmo básico da viola que veremos a seguir. Exemplos de músicas com este ritmo:

Canoeiro (Zé Carreiro e Alocir de Tatuí)
Saudades de Araraquara (Zé Carreiro)
Peito Sadio (Raul Torres e Carreirinho)
Menino da Porteira (Luizinho e Teddy Viera )
Pescador e catireiro (Cacique e Pajé)

Essa última você encontra a tablatura e a cifra aqui no blog. Veja

O rítmo está expresso pelo seguinte desenho:


P significa polegar, e a seta indica descer o polegar.
I significa indicador, e a seta indica subir com o indicador.
R significa rasqueado, e a seta indica descer com rasqueado.

Pra quem não sabe, o rasqueado é feito com a parte da frente da mão, descendo com a ponta das unhas sobre as cordas. Visa um som mais forte do instrumento.

Veja algumas vídeo-aulas, ensinado a tocar o CURURU, assim fica mais fácil de entender e tocar esse rítmo.






Escute as músicas indicadas acima e procure treinar o ritmo para que o mesmo tenha o andamento certo.

Segue também um glossário com alguns acordes para você poder treinar esse ritmo:

 | | | | |   | | | | |   | | x | |   | | x | |   | | x | |
 | | | | |   | | | | |   x | | x |   | x | | x   | x | | |
 | | | | |   | | | x |   | | | | |   | | | | |   x | | x |
 | x | | |   | x | | |   | | | | |   | | | | |   | | | | |
 x | | | |   x | | | |   | | | | |   | | | | |   | | | | |
 | | | | |   | | | | |   | | | | |   | | | | |   | | | | |
     E          E7           A           B7          D

E = Mi Maior
E7 = Mi Maior com Sétima
A = Lá Maior
B7 = Si Maior com Sétima
D = Ré Maior

É isso violeiros, qualquer dúvida, correção, informação ou sugestão. Manda um Email:
violeiro.diego@gmail.com

Abraços a todos e até a próxima vez com o outro ritmo. Se Deus assim permitir. Obrigado

RITMOS DA VIOLA

Boa Noite Violeiros

Recebi um e-mail do nosso amigo Rafael, perguntando um pouco sobre como tocar os ritmos das músicas da viola caipira.

As músicas possuem muitas variações de ritmos, já foram apresentados aqui alguns deles. Os mais apresentados aqui foram os pagodes, no qual particularmente eu acho mais bonito e gosto mais de tocar.

Vou apresentar aqui, algumas simples explicações sobre os ritmos, tiradas do Mini-Curso de Viola Caipira MVHP, de outros sites e algumas video-aulas do companheiro Daniel Viola, mestre na viola caipira, que compartilhou seus vídeos que exemplifica um pouco, cada ritmo.